sábado, 26 de setembro de 2009

sei que devia começar freud,
mas apetece tanto valter hugo mãe.
Nunca gostei de andar de combóio.
Há um certo compromisso em ter de esperar - no nosso caso, perto de uma hora - se nos enganássemos na direcção, ou falhássemos o relógio por um segundo, ou nos distraíssemos a conversar antes de sair de casa, ou antes de para lá voltar.
Há um certo compromisso em ter de saber de antemão o horário de partida e de chegada, há um certo compromisso na aprendizagem da espera.
Depois esquecemo-nos que esse compromisso serviu para que andássemos sempre com um livro no bolso, caso tivéssemos de esperar, para que aprendêssemos a não estragar o dia por menos uma hora útil.
Não nos lembramos, nem por um segundo, que a ida e a volta funcionavam tão bem como os espaços vazios menos vazios do dia - as trepadeiras, a ponte, a muralha, por fim as melhores memórias do dia e meia dúzia de palavras doces no bolso.
Não vou andar de combóio tão cedo.
E acho que vou ter saudades.

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

há uma coisa muito boa nas pessoas de sempre:
é que nunca deixam de ser as pessoas de sempre.
o tempo passa, os encontros alteram a sua composição e a mobília, ainda que devagar, vai mudando de lugar na sala.
mas as pessoas não deixam de ser as de sempre.

todas as sextas feiras são uma espécie de páscoa: para o melhor e para o pior.

terça-feira, 22 de setembro de 2009


o amor perdoa até o próprio desejo.

Nietzsche