bang bang, nancy sinatra
segunda-feira, 6 de setembro de 2010
terça-feira, 24 de agosto de 2010
cheguei de férias.
o porto chovia e havia um nevoeiro denso, eu pensei: ainda bem, setembro está a chegar.
mas hoje a luz encheu a casa e pensando bem, falta-me curar o pé, sair por essas ruas enquanto não tenho horários, passar tardes a ler em cafés bonitos, talvez acampar no gerês uns dias, matar todas horas que não tive com o meu amor.
pensando bem, quero é ser feliz enquanto é tempo.
o porto chovia e havia um nevoeiro denso, eu pensei: ainda bem, setembro está a chegar.
mas hoje a luz encheu a casa e pensando bem, falta-me curar o pé, sair por essas ruas enquanto não tenho horários, passar tardes a ler em cafés bonitos, talvez acampar no gerês uns dias, matar todas horas que não tive com o meu amor.
pensando bem, quero é ser feliz enquanto é tempo.
terça-feira, 27 de julho de 2010
acho que me apaixonei este verão:
"(...) Durante a actividade sexual, o inconsciente ressoa, abrindo o seu caminho em cada fibra dos impulsos nervosos e da sensibilidade. A imaginação torna-se carne, ou - na fórmula definitiva de Shakespear - "deita corpo" (bodies forth).
Em contrapartida, a carne imagina e clama. Se podemos falar de encarnação, é bem aqui."
(Steiner, in Os livros que não escrevi)
"(...) Durante a actividade sexual, o inconsciente ressoa, abrindo o seu caminho em cada fibra dos impulsos nervosos e da sensibilidade. A imaginação torna-se carne, ou - na fórmula definitiva de Shakespear - "deita corpo" (bodies forth).
Em contrapartida, a carne imagina e clama. Se podemos falar de encarnação, é bem aqui."
(Steiner, in Os livros que não escrevi)
"também vais viajar?"
"não, vim só despedir-me" - (silêncio)
"eu vou" - (sorriso)
- (silêncio) -
temos sempre mais saudades do que nunca chegámos a conhecer.

(fotografia de inês d'orey, "ilhéu, graciosa")
"não, vim só despedir-me" - (silêncio)
"eu vou" - (sorriso)
- (silêncio) -
temos sempre mais saudades do que nunca chegámos a conhecer.

(fotografia de inês d'orey, "ilhéu, graciosa")
sábado, 17 de julho de 2010
todos os dias caio, tropeço um bocadinho, todos os dias a distância do chão é a mesma, mas há dias em que estou mais alta, ou mais baixa.
todos os dias o mundo é um lugar estranho.
todos os dias o mundo é um lugar estranho.
(ilustração de carmen segovia)
quinta-feira, 15 de julho de 2010
raiva deste homem - gustavo aimar.


não o conheço, nunca falei com ele. só lhe vi imagens.
sempre que vejo imagens dos trabalhos dele sinto-me engolida subitamente por uma vontade gigante de um dia ter uma casa mais ou menos no meio do nada, ou mais ou menos no centro do mundo, em que as paredes serão altas e muito brancas e tão velhas que terão estuques victorianos e românticos a contrastar com os móveis de madeira escura, simples e gastos mas com aquele cheiro que só as casas antigas e quentes guardam.
nesta casa as paredes iam estar cheias: de fotografias, posters, quadros. se algum dia tivesse dinheiro para uma aguarela do josé rodrigues ou um quadro da armanda passos ou, em última análise (e só se fosse mesmo rica ou mesmo sortuda), uma gravura da paula rego, já não era mau. mas o que gostava mesmo era de ter as paredes repletas das imagens que preenchem as pessoas que eu amo.
neste sonho cabe também uma imagem do 'eudaquiamuitosanos', (mas que se calhar não são assim tantos, porque já tenho vinte e é estranho e custa dizê-lo), que tira fotografias, aprendeu a revelá-las num cubículo pequeno e escuro dessa casa de janelas altas, que reaprendeu a pintar, voltou a descobrir o prazer das colagens e do desenho dos corpos e das rugas, mas que sobretudo: vive a ilustrar livros.
há um 'eudaquiamuitosanos' dentro de mim, sempre dentro de mim, que vive no sonho de abrir mundos dentro de livros.
o 'eudeagora', num curso de palavras e pessoas e raras imagens nas narrativas, não sabe se é possível casar-se com o 'eudaquiamuitosanos', mas gostava.
gostava muito.
gostava muito.
entretanto, enche-me a raiva de amor:

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