o facto de sonhar frequentemente obrigou-me, inevitavelmente, a viver bem com as recordações mais tétricas ou desconfortáveis que se possa imaginar e era capaz de jurar que isso teve também algum papel naquilo que sou hoje.
e depois, numa perspectiva mais poética, há imagens que não esquecemos.
hoje por exemplo, sonhei que de castigo por qualquer coisa que não me recordo agora, era obrigada a cortar as falanges de 9 dedos. ainda me lembro de olhar incrédula para os meus dedos sem unhas, de superfície plana e arestas duras e cilíndricas.
depois à tarde, na oficina de escrita, a conversa sobre a minha visita ao teatro anatómico (um dia destes terei mesmo de falar disso em pormenor).
no seguimento disso, o jorge melícias mostra-nos um fotógrafo, Joel-Peter Witkin, que usa cadáveres nas suas composições.
entre o sonho e anatomia:
